Afonso Macchione Confirma Pré-Candidatura a Prefeito de Catanduva

02/07/2016 17:33

 

Ex-prefeito afirmou que grupo deve ser composto por PSB, PMDB, REDE e SD

 
Nathália Silva
Da Reportagem Local
 
O ex-prefeito Afonso Macchione Neto (PSB) é pré-candidato a prefeitura de Catanduva. A resposta à pergunta feita pelo meio político foi dada pelo empresário em entrevista exclusiva concedida a Rádio Globo Noroeste Paulista (AM 610) na manhã de quinta-feira, dia 30.
“Foi uma decisão muito difícil, muito pensada, conversando com os amigos, com o grupo de apoio, com funcionários da prefeitura que a gente tem um grande contato para saber da situação como está. Porque ir para a prefeitura sem o conhecimento prévio é um tiro no escuro. Nós tivemos a informação que realmente a situação é de calamidade pública. Nós estamos vivendo aqui em Catanduva uma situação muito parecida com a que estamos vivendo na União e isso vai demandar um trabalho muito grande e muito penoso para quem vier a ser o prefeito. isso é um grande desafio e eu gosto de desafio. Pra mim é uma situação que eu já vivi em outros momentos e achei que daria para a gente montar uma boa equipe e aceitar esse desafio. Então eu vim aqui para dizer, conforme prometido, contrariando a nossa rádio que também gostaria de dar o furo de reportagem, mas eu estava empenhado com você e vim dizer que estou encarando esse desafio e me lançando como pré-candidato para as próximas eleições”, respondeu Macchione.
Na entrevista, o ex-prefeito afirmou que demorou a decidir-se porque pensava nas condições em que a cidade estaria nos próximos quatro anos, quando os reflexos da crise econômica ainda devem estar presentes nas contas públicas. A receita para governar neste cenário foi: sentar no cofre.
“A crise financeira é muito significativa. Nós, vindo a ser vencedores, teremos que sentar em cima do cofre. Evitar gastos supérfluos, evitar gastos de todos os tipos, manter a máquina funcionando adequadamente, trazer novamente a autoestima para os nossos funcionários municipais, para a nossa população. E como você faz isso, cumprindo com as suas obrigações e dando exemplo. Não adianta você solicitar do funcionário e quando tiver o dissídio não repassar no mínimo a inflação do ano”, afirmou.
Questionado sobre as possíveis candidaturas já anunciadas pelos partidos, o prefeito Geraldo Antônio Vinholi (PSDB), a deputada estadual Beth Sahão (PT), o vereador Júlio César Forte Ramos (PSD) e o médico Roberto Cacciari Filho (PRB), afirmou entender como positiva a disputa.
“Acho que se todos esses pré-candidatos vierem a ser candidatos quem ganha é o povo de Catanduva uma vez que várias opções serão colocadas e ficará uma gama muito maior de candidatos para a escolha da população. A disputa é muito salutar, muito importante, ganhar e perder faz parte da disputa. Se a gente vier a ser o vencedor, vamos nos dedicar como sempre nos dedicamos. Se eventualmente a gente for preterido, também estaremos voltando para a nossa atividade profissional e não temos do que reclamar. É um jogo limpo, aberto”, avaliou.
Sobre as possíveis coligações, Macchione desconversou alegando que as definições deverão acontecer somente nas convenções que serão realizadas entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, mas admitiu que já aconteceram conversas com pelo menos três partidos além do seu.
“Não tivemos ainda as convenções e são elas que vão definir onde estarão os partidos. Mas nós já tivemos um aceno, pelo menos, de que o PSB em que eu estou, teríamos o PMDB, o Solidariedade e o REDE. Então os quatro partidos estariam compondo a nossa base”, antecipou.
Depois de citar a eleição frustrada em 1996 quando ganhou e foi impugnado na Justiça, ser questionado sobre a pré-campanha também frustrada de seu então vice-prefeito Roberto Cacciari em 2012, afirmou não ter medo de novamente ter sua pretensão de disputa vetada.
O nome de Macchione está em uma lista de prefeitos que tiveram apartados de contas considerados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) que foi enviada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Questionado, disse não acreditar que a indicação prejudique possível candidatura.
“É difícil de dar essa resposta. O que está na lei é que o que deixava inelegível se tivesse as contas anuais rejeitadas, se nelas demonstrar enriquecimento ilícito, mau uso dos recursos e se teve dolo no gasto. Nós tivemos as oito contas com parecer favorável do Tribunal, as oito contas aprovadas pela Câmara porque o TCE não julga, ele dá um parecer e quem decide é a Câmara. 
Esse apartado é um negócio muito interessante. Nós repassamos, com autorização da Câmara, R$ 60 mil para o Grêmio, em 2005, primeiro ano de nossa administração, para uso exclusivo no futebol amador, isso foi feito adequadamente. Só que na prestação de contas o TCE entendeu que isso estava junto com o futebol profissional. O Tribunal pediu que o Grêmio devolvesse o dinheiro, me multou em 200 UFESPs e me colocou como inelegível. Fizemos o recurso, o tribunal acatou em parte, cancelou a devolução do Grêmio, alguns conselheiros disseram que o dinheiro tinha sido aplicado de forma correta. Nesse apartado, segundo os próprios conselheiros, o dinheiro foi gasto adequadamente, não teve dolo, não houve enriquecimento ilício. Então estamos aguardando para saber qual a leitura que o TRE vai fazer desse processo. Se ele entender por alguma inelegibilidade, vamos buscar uma liminar mesmo porque tem casos em que a pessoa teve prestações de contas rejeitadas e conseguiu se habilitar”, concluiu.