Câmara aprova relatório que pede a cassação de Vinholi
Em sessão marcada por confusão e troca de socos nas galerias, a Câmara de Catanduva aprovou ontem (10/02) relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do lixo que apontou indícios de favorecimento e superfaturamento em contrato emergencial para coleta de lixo na cidade. A comissão pediu também abertura de Comissão Processante para cassação do prefeito Geral Vinholi (PSDB).
O documento de dez mil páginas é resultado de um ano e meio de investigações e acusa improbidade administrativa por parte do prefeito na contratação da empresa Monte Azul engenharia, de Araçatuba, responsável pelo serviço. "A empresa anterior recebia R$ 360 mil mensais para fazer o serviço. Acabado o contrato, a prefeitura passou a pagar R$ 800 mil mensais, em média, à nova empresa", disse o vereador Amarildo Davoli (PT) que foi o presidente da CPI.
A base aliada tentou uma manobra para evitar a aprovação do relatório. Dos 15 vereadores da Casa, os oito aliados faltaram, mas o projeto foi votado e aprovado, uma vez que o Regimento Interno da Câmara de Catanduva prevê que para a aprovação de matérias como essa é necessário apenas maioria entre os presente e não do total de eleitos.
Já a criação da Comissão Processante que vai propor a cassação do prefeito precisou ser adiada, uma vez que, neste caso, é necessária a presença da maioria dos vereadores. O prefeito informou, por meio da assessoria de imprensa, que "a respeito da aprovação do relatório, o prefeito permanece tranquilo, sendo que todos os itens apontados serão esclarecidos quando solicitado".
Confusão
Durante a discussão do projeto, três grupos de manifestantes protestavam dentro das galerias e acabaram entrando em luta corporal. Os grupos Acorda Brasil - Nucelo Catanduva e Comando Rubro pediam a cassação de Vinholi, enquanto um outro grupo - sem denominação -, de pelo menos 15 pessoas, pedia o arquivamento do relatório.
"Esse grupo (de anônimos) veio aqui, sabe-se a mando de quem, encomendados para 'reza a missa' de quem os mandou", insinuou o vereador Nilton Cândido (PTB), na tribuna. Um membro do grupo Acroda Brasil foi atingido por um soco que provocou um corte no supercílho. Ele foi atendido pelo Samu e liberado.
O presidente da Câmara, Daniel Palmeira (PTB), disse, após a sessão, que vai estudar a possibilidade de contratar seguranças particulares para o Legislativo.