Vaticano autoriza iniciar processo de beatificação de Padre Albino

23/12/2012 18:29

 


A Diocese de Catanduva agora está autorizada a iniciar o processo de beatificação de Padre Albino Alves da Cunha e Silva (Padre Albino). A afirmação foi feita neste sábado, dia 22, em coletiva de imprensa presidida pelo Bispo Dom Otacílio Luziano da Silva e pelo assessor de comunicação da paróquia, padre José Luiz Cassimiro. 

No último dia 18, exatamente um ano depois do traslado do corpo de Padre Albino, o Vaticano emitiu o documento denominado “Nihil obstat” (nada obsta) em relação à causa de Beatificação do Padre Albino. O documento oficial deve chegar à Diocese dentro de semanas. 

Com a emissão deste documento, a Diocese poderá dar prosseguimento aos trabalhos com a instalação do Tribunal Eclesiástico que vai colher os depoimentos das testemunhas que conheceram pessoalmente Padre Albino e  os que afirmam terem alcançado por sua intercessão bênçãos, graças e curas. 

O pedido a Roma para a causa da beatificação foi iniciado em agosto de 2011, e durante este período a Diocese realizou várias etapas, até receber o documento de aprovação do Vaticano. 

Dentre as fases foram escolhidos os integrantes do Tribunal Eclesiático, definido por dr. Paolo Vilotta (Postulador de Roma), pe. José Luiz Cassimiro (vice-postulador no Brasil), e do Tribunal da Causa,  pe. Marcelo Eduardo Bonifácio (Delegado Episcopal), pe. Aparecido Cássio Alves (Promotor da Causa) e mais dois padres Notários; mais a Comissão Histórica (responsáveis por pesquisar todos os documentos relacionados ao pe. Albino, o que tiver em sua biografia, deverá ser comprovado pelos documentos), que será liderada por pe. José Synval Januário, pe. José Anderson Rodrigues, Irmã Anália Rodrigues e os curadores do Museu Padre Albino, profº Sérgio Bolinelli e Eric Gonçalves. 

Estiveram presentes na coletiva representantes da Fundação Padre Albino, o dr. José Carlos Rodrigues Amarante, dr. Nelson Gimenes, dr. Antonio Hércules e Mauro Assi (assessor de comunicação da Fundação).  

Dando sequência ao processo, denominado processo Romano – nível 1, está previsto para o mês de fevereiro de 2013, um edital formulado por D.Otacílio proclamando a data de abertura do processo. 

A instalação do Tribunal está prevista para o início do mês de março, que contará com a presença do Postulador dr. Paolo Vilotta e do pe. Paolo Lombardo. Nesse período a Diocese deverá entrevistar em torno de 50 testemunhas que tiveram alguma graça alcançada através do Padre Albino ou que tenha conhecido ele pessoalmente. O encerramento deste processo tem previsão para outubro de 2013. 

Dando sequência no nível II, todo o material elaborado pela Comissão Histórica e pelo Tribunal da Causa é enviado para Roma para estabelecimento da Validade do Processo. Aprovado, será elaborado o “Postio”, livro que resume toda a documentação e prova que o servo de Deus viveu, em grau heróico, as 11 virtudes: Teologia (fé, esperança e caridade), Cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança), Estado Clerical (pobreza, humildade, castidade e obediência). 

Essas virtudes apresentadas serão analisadas por oito consultores teólogos e mais um Promotor da Fé. Após, será analisada por Cardeais, Arcebispos, Bispos e membros do Dicastério e por último a avaliação do Papa, que se aprovar tornará Padre Albino como “venerável” em sua diocese. 

“A igreja apenas reconhece a santidade da pessoa, ela não faz nenhum santo. A pessoa que viveu na santidade e passa a ser reconhecida publicamente”, ressaltou o Bispo D. Otacílio. 

Após etapas, para proclamá-lo como beato, será necessária a comprovação de um milagre autêntico, que a ciência não possa explicar. O 1º milagre passará por avaliação de nove médicos peritos, e o Vaticano irá indicar, após a comissão de Cardeais, Arcebispos e Bispos em 3º pelo Papa, com a aprovação final. Da mesma forma, será na 3ª fase do processo, para a proclamação de “Santo”; nesta fase será necessário comprovar um segundo milagre, passando pela mesma análise de beato e se aprovado, Padre Albino Alves da Cunha e Silva passa a ser Santo reconhecido no mundo inteiro. 

“Há indícios de milagres, mas é necessário que a contestação seja aprovada. Só no Museu Padre Albino, há mais de 100 placas de agradecimento de fiéis que dizem ter alcançado graças através de sua intervenção”, explicou pe. José Luiz. 

Ainda neste sábado, o curador do Museu Padre Albino, prof. Sergio Bolinelli, recebeu da Diocese as alças da urna funerária do religioso, que ficará em exposição no prédio. 

Na coletiva também foi exposta a certidão de óbito do sacerdote e a relíquia “ex-induments” (espécie de um broche da indumentária) que o servo de Deus usava. 

 

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